terça-feira, 12 de maio de 2009

13 DE MAIO, UM DIA DE REFLEXÃO

Por: Wanderson Cleiton do Carmo

Nos dias atuais os negros ainda continuam sendo considerados por milhares como uma sub-raça, ignorante, irracional e sem cultura. Os melhores salários e empregos não encontram-se com os negros e ainda questionam e protestam na questão das cotas raciais. O negro não necessita de esmola, apenas oportunidade e real igualdade. As cotas devem apenas ser usadas por um período limitado como forma de reparação, afinal, esta nação foi feita com suor, lágrimas e sangue negro. Não pedimos para vir para o Brasil, fomos arrancados de nossa gente, nossa terra, nossa cultura por europeus idiotas que se achavam donos do mundo e também da África.
Hoje quando você olha para um negro, você o enxerga como suspeito ou vítima? O negro do banco é o faxineiro ou o gerente? Estou cansado de ouvir pessoas arianas dizerem que os negros criam seus próprios preconceitos e auto-discriminação, mas não ouço os mesmos dizendo sobre a miséria do país, onde a grande maioria são negros e que os escurinhos são maioria dos desempregados, e o que mais dói: os irmãos de ‘cor’ ouvirem isto e apenas calarem com um sorriso tosco no rosto.
O negro simplesmente é apático a tudo o que acontece consigo mesmo, não reclama, não luta, não se manifesta e não impõe sua condição de ser racional, social e político, afinal, por falarmos em política, quantos negros os negros já colocaram no poder no Brasil?... Espero que o exemplo dos EUA possa refletir por estas bandas latinas também.
Caso a discriminação e o ridículo preconceito embutido em nossa sociedade não ganhe ares de mudança, a segregação existente e viva nesta sociedade hipócrita irá continuar. Pergunto aos orgulhosos cristãos que tão solenemente batem no peito protestando a fé, onde está o Deus de vocês, que não ensina a amar o que é diferente? Pois o Deus dos negros ensinou e ainda ensina aos mesmos a perdoarem aos religiosos que queimaram nossa gente nas inquisições, espancaram nas senzalas, levam os inocentes para as prisões, estupram nossas mulheres e humilham os que não tiveram a chance ou a garra de colocarem a cara para bater e se qualificarem para este cruel mercado de trabalho e esta cruel sociedade que abraça os negros, mas não os beijam. Será que realmente a escravatura acabou ou se socializou e mudou de nome?