terça-feira, 3 de julho de 2012

IBGE - Mudanças religiosas no Brasil

O Censo revelou uma mudança no perfil religioso dos brasileiros. O número de evangélicos aumentou 61% entre os anos 2000 e 2010, mas os católicos seguem sendo maioria no país. Apesar disso, o número de fiéis diminuiu na última década. Em 2010, eram 123,3 milhões de católicos apostólicos romanos, 1,7 milhão a menos do que no ano 2000. A proporção caiu de 73,6% para 64,6% da população. Em 1970, eram quase 92%. “A igreja não acompanhou os seus migrantes, não acompanhou o seu povo. A igreja tem que sair um pouco dos seus muros, das suas igrejas, tem que abrir janela, porta e ir onde está o povo de Deus”, opina o membro do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento/CNBB Thierry Lineard. Os evangélicos, por outro lado, foram os que mais cresceram. Passaram de 15,4% para 22,2% da população. Em dez anos, as diferentes igrejas evangélicas conquistaram 16 milhões de fiéis. Hoje são mais de 42 milhões. “Nós abordamos as pessoas, as suas casas, os logradouros públicos. Procuramos trabalhar na evangelização homem a homem, por assim dizer. Um trabalho de evangelismo pessoal”, conta o presidente da Confederação Nacional das Assembléias de Deus, José Wellington Bezerra da Costa. Na última década, aumentou ainda a proporção de pessoas sem religião, que já são 8% dos brasileiros, e de espíritas, que são 2%. Tendência seguida por outras religiões como umbanda, budismo e candomblé, que ganharam seguidores. A pesquisa que aponta o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil também mostra que as preferências em relação à religião variam bastante de região para região e de estado para estado. O Nordeste é a região que proporcionalmente tem mais católicos. Os evangélicos têm maior participação no Norte e os espíritas no Sudeste. Entre os estados, o Piauí é o que tem o maior percentual de católicos, 85%. O de evangélicos está em Rondônia, 33,8%, e o de espíritas, no Rio de Janeiro, 4%. O Censo mostra que os espíritas são os que têm a maior renda e o maior nível de escolaridade. “Esse movimento da diversidade que é muito próprio da sociedade brasileira se reflete sobre as religiões também, quer dizer, não temos mais uma igreja que seja absolutamente majoritária em todos os segmentos”, aponta o coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luís Antônio Pinto de Oliveira. “O importante é você ter o respeito com o próximo e saber lidar com isso”, aconselha o músico Eduardo Arantes.                 

fonte: Jornal Nacional 29/06/2012